terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Laurent Combier Tinto - Crozes-Hermitage 2014

A viagem à busca de conhecer (e beber) vinhos além fronteiras continua. Este fim de semana bebi um vinho francês, não da região de Bordéus mas sim da região de Crozes-Hermitage, região onde a casta Syrah é rainha.

Há sempre uma grande expectativa sobre os vinhos franceses, sempre reconhecidos no mundo inteiro pela sua qualidade e elegância, e este não fugiu à regra!


Bebi um Laurent Combier 2014, vinho biológivo de um pequeno produtor da região.


De cor rubi vivo, ressaltam os aromas a frutas vermelhas e pretas, com notas de especiarias (talvez a pimenta preta). Na boca é delicado, leve, equilibrado com presença de taninos suaves. Acho que os aromas ainda poderão evoluir nos próximos 3-4 anos.

Acompanhei este vinho com uma tábua ibérica: com queijos portugueses e charcutaria espanhola.


É um bom vinho para se ir bebendo mesmo depois da refeição, no convívio com os amigos pois não é vinho que pese muito (na digestão e na cabeça!).

Nota final: 13,5 Valores

Preço médio: 15 euros

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Aalto PS - Ribera del Duero 2011

A viagem pela descoberta de novos vinhos continua! Desta vez não fui muito longe, fui até à terra de “nuestros hermanos” experimentar um dos seus vinhos.

O escolhido foi o Aalto PS 2011. Um vinho da região da Ribera del Duero, feito a partir da casta Tempranillo. É o nome dado em Espanha para a casta Tinta Roriz, uma das castas que caracteriza a nossa região do Douro.


A Aalto Bodegas y Viñedos é já uma referência na região de Ribera del Duero, sendo o seu vinho Aalto PS o seu vinho premium. Este já foi considerado como o Melhor Vinho de Espanha e a Adega foi recentemente eleita em Paris com umas das 100 melhores vinícolas do mundo no livro publicado pelos críticos Michel Bettane e Thierry Desseauve.


O Aalto PS 2011 é numa palavra: maravilhoso! Grande vinho! Ao nível do que melhor se faz no Douro. No copo, a cor vermelha escura e a sua densidade indicam logo que será um vinho potente e intenso. É um vinho complexo, com aromas difíceis de identificar: uma mistura de aroma a madeira, com especiarias e notas tostadas. Na boca o prazer continua: vinho elegante e carnudo, daqueles que nos deixa a “mastigar”. Presença de taninos e de alguma acidez. É um vinho que ainda pode ser guardado e provado daqui a 15/20 anos. Tenho a certeza que irá evoluir e o prazer será ainda maior.

É um vinho excelente, com o “senhor do vinho” Robert Parker a dar-lhe uma nota de 94/100.

Nota final: 18 valores

Preço médio: 85 Euros (segundo a app Vivino)

  

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Olympias Retsina - Creta

Ano novo, vinhos novos! Tive a oportunidade de provar um vinho grego. Devo confessar que ainda não tinha tido a oportunidade de beber um vinho de um país, que segundo consta, foi onde nasceu o vinho.

Encontrei este vinho branco Retsina Olympias no Supercor por 4,5 Euros.


Qual a maior característica do vinho grego Retsina? Os seus aromas e sabores a resina e pinheiro. Muito estranho….resina no vinho!? Como surgiu esta característica? Há imensas histórias que explicam o porquê de o vinho ter estes aromas tão vincados a resina, uma delas é que na antiguidade a técnica de preservação do vinho era lacrarem as ânforas com resina, o que acabava por entrar em contacto com o vinho, influenciando os seus aromas. Outra explicação era que usavam esta técnica para disfarçar a má qualidade do vinho, ou outra ainda, era que durante a 2ª Guerra Mundial os gregos tinham colocado resina nos bons vinhos para que durante a ocupação dos alemães estes não bebessem o vinho. Se a Merkel sabe disto…

Enfim, há inúmeras explicações, mas o mais importante é que este tipo de vinho grego passou a ser um dos mais conhecidos no mundo, e assim continua a ser produzido o vinho Retsina.

O vinho é muito diferente ao que estamos habitualmente a beber. A cor é de um amarelo palha. No olfato, somos de imediato invadidos por um aroma intenso a pinheiro, menta, até a sabão (é mesmo muito estranho)! Na boca, continuamos a sentir a força da resina, misturado com a sensação de quem está a comer gengibre. É um vinho leve, pouco alcoólico (11%), e de uma pequena acidez.


Pode ser pedido como aperitivo, embora também possa acompanhar pratos frios, mais saladas com produtos típicos da Grécia, como o queijo feta, azeitonas, etc.

Este vinho vale pela experiência de se experimentar algo de diferente, e de nos imaginarmos sentados numa esplanada à beira mar na vila de Oía na ilha de Santorini, esperando pelo famoso pôr do sol.

Nota final: 13 valores

Preço médio: 4,5 euros 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Reserva Especial - Douro 2007 e Moscatel Venâncio Costa Lima - Setúbal

No dia de Natal, pude apreciar o vinho Reserva Especial 2007 da Casa Ferreirinha.


Segundo consta no mercado, ninguém sabe muito bem o porquê mas este vinho poderia ter sido Barca Velha! Mas por opções de mercado que vinhos como o Barca Velha criam (a expectativa, a curiosidade, a vontade, etc…), a colheita de 2004 continua a ser o último Barca Velha produzido.

 

Bebemos este vinho a acompanhar um cabrito assado no forno, e uma perna de peru, também ela assada no forno….e que bela combinação!

 

Achei que deveria decantá-lo. Logo ali, saltou à vista a densidade e a cor do vinho: um vermelho bastante escuro, quase como "sangue de boi". Era um bom pronúncio, fiquei logo preparado para um vinho muito encorpado. Deixei os aromas fazerem o seu “trabalho”: aromas complexos, frutos vermelhos e presença de especiarias (canela, cedro). Na boca, o prazer continuou: vinho estruturado, com taninos de qualidade e presença de uma acidez ainda intensa. Este vinho pode e vai evoluir ainda mais em garrafa mas também pode ser consumido já.

 

Belo “presente” que tive este Natal! A oportunidade de degustar e apreciar este grande vinho português.

 

Depois, passamos à sobremesa. Para acompanhar um tronco e alguns éclaires da pastelaria francesa L’Éclair, em Lisboa, abriu-se um Moscatel de Setúbal do produtor Venâncio Costa Lima. O moscatel desta casa já foi considerado o melhor do mundo na sua categoria em 2011, no Concurso Muscats du Monde.

 

De cor âmbar, saltam logo os seus aromas fortes: mel e flor de laranjeira. Na boca é aveludado e elegante, com um final que podia ser mais prolongado. Combinou muito bem com a pastelaria doce.

 

Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007

Nota final: 18 valores

Preço médio: 129 Euros

 

Moscatel de Setúbal Venâncio Costa Lima

Nota final: 16 valores

Preço médio: 5 euros