segunda-feira, 21 de março de 2016

Herdade do Perdigão Reserva - Alentejo 1999

Esta estava escondida na minha cave. Da última vez que lá estive, encontrei-a e pensei para mim mesmo "está na hora de te deixar ver a luz do dia, vou aguardar a melhor ocasião para o fazer". 

Dito e feito. O dia do Pai foi o momento ideal para poder desfrutar deste pequeno tesouro já com 17 anos. Estou a falar do vinho tinto alentejano Herdade do Perdigão Reserva 1999.


Este foi o primeiro "reserva" produzido pela Herdade do Perdigão, tendo sido produzidas apenas 10.000 garrafas. O denominado reserva só é produzido e lançado nos melhores anos, o que nos leva a considerar que será um vinho com uma elevada qualidade e complexidade.


Preocupava-me um pouco se já não o teria deixado descansar um pouco demais, que tenha, com tanto tempo em garrafa, perdido todas as suas propriedades e qualidades. Só havia uma forma de o saber, prová-lo

Primeira boa surpresa: a rolha estava em excelente estado. No copo, o vinho perdeu um pouco a sua intensidade, uma cor (ainda) granada escura mas já com presença de traços acastanhados. No nariz, encontramos a tal complexidade aromática esperada: uma mistura de aromas a compota de frutos vermelhos, especiarias e chocolate. Na boca, sentimos uma acidez suave, taninos bem redondos um "corpo" ainda cheio e bem estruturado, com a presença dos aromas já detetados anteriormente: compota, pimenta preta, chocolate e alguma madeira. De louvar, ao fim de tanto tempo, este néctar continuar com um final de boca longo e persistente.


É um grande vinho! Fiquei com vontade de experimentar outros Reservas da Herdade do Perdigão mais recentes para poder usufruir destes vinhos nas suas plenitudes.

Este vinho será uma boa escolha para pratos pesados, pratos com sabores intensos como são os pratos de caça ou as carnes assadas no forno. Eu, degustei-o com um belo queijo de Azeitao.

Nota final: 17,5 valores

Preço médio: 20 euros (para o ano de 2012)

segunda-feira, 14 de março de 2016

Domaine du Pegau - Chateauneuf du Pape 2012

Este fim de semana, "voltei" a aventurar-me por terras gaulesas, e provei o vinho Domaine de Pegau 2012, da região de Chàteauneuf du Pape.

Para além dos tão conhecidos e falados vinhos da região de Bordeaux ou Bourgogne, a França tem outras regiões que, cada uma com as suas características, produz vinhos também com muita qualidade. É o caso da região de Châteaunef du Pape, um região situada no Sul da grande região Vallée du Rhône.


Os vinhos de Châteauneuf du Pape são compostos por variadas castas, entre as quais se destaca o Grenache. A casta Grenache traz a estes vinhos aromas a frutas pretas, taninos macios e um nível de álcool elevado.


Este Domaine du Pegau 2012, apresenta uma cor ruby de intensidade média. No nariz, os aromas a fruta preta (ameixa), com um toque apimentado e algum couro. Na boca, conseguimos detectar taninos redondos e delicados, um corpo médio e alguma acidez. Continuamos a nota a presença de fruta bem madura, com um final de boca de intensidade média.

Julgo que este vinho será uma boa opção para acompanhar pratos de carnes vermelhas grelhadas.

Nota final: 16 valores

Preço médio: 40 euros

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Herdade Monte da Cal Reserva - Alentejo 2012

Tive o prazer de degustar este vinho durante o fim de semana, num jantar de amigos.

Mais uma marca do Alentejo que ainda não tinha conhecimento: Herdade do Monte da Cal Reserva 2012.


A verdade é que é cada vez mais difícil acompanhar todas as marcas existentes no mercado. Basta olharmos para as prateleiras da garrafeira de um hipermercado: são nomes e marcas por região que nunca mais acaba.

Este vinho foi feito a partir das castas Syrah (50%), Touriga Nacional (25%) e Alicante Bouschet (25%), estagiou em barricas de carvalho francês durante 9 meses.

De cor vermelho escuro intenso, sobressaem os aromas a frutos do bosque, amoras e especiarias. Na boca, este vinho é macio, estruturado com alguma persistência final.


Não é um vinho muito exigente em termos gastronómicos, podendo acompanhar pratos de carne com algum intensidade nos sabores. 

Nota final: 14,5 Valores

Preço médio: 11 euros

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Principal Grande Reserva - Bairrada 2009

O papel “principal” deste fim de semana foi para este menino: Principal Grande Reserva 2009.

 

Foi considerado pela revista italiana Spirito di Vino em 2013, como um dos 10 melhores vinhos tinto do mundo, ao lado dos grandes nomes da região de Bordesux como o Pétrus ou o Cheval Blanc.

 

O vinho Principal Grande Reserva 2009, é produzido nas Colinas de São Lourenço, na Anadia, região da Bairrada, feito a partir das castas Cabernet SauvignonMerlot e Touriga Nacional.

 

Já o tinha bebido em 2014, mas não me tinha deixado “maravilhado” ou realmente estupefacto. Tive a oportunidade de o voltar a beber este fim de semana, passado 2 anos: e que bem lhe fizeram mais estes 2 anos em garrafa! 

 

A sua cor é de um violeta escuro  marcando desde logo a sua potência. É um vinho denso, com os aromas ainda complexos a alguma fruta preta e um ligeiro fumado. Na boca, é volumoso e fresco, com taninos equilibrados e um final de boca prolongado.

 

Julgo que ainda vai evoluir muito nos próximos anos. Será sempre uma surpresa, voltar a prova-lo daqui a uns 5-6 anos.

 

É um vinho que exige pratos “pesados” de carne com bastante gordura como uma perna de porco assada no forno.

 

Nota final: 18 valores

 

Preço médio: 98 Euros

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Pêra Manca Branco - Alentejo 2013

Nestes dias frios de Inverno, só nos apetece beber aquelas típicas bebidas quentes…um chá, um leite com chocolatequente, um vinho tinto, deixando de lado os vinhosbrancos, mais ligados ao Verão e ao calor devido à sua frescura.

 

Há no nosso mercado, vinhos brancos que eu apelido de vinhos brancos de inverno, pois são aqueles vinhos com frescura mas que trazem aquele “conforto” que os vinhos tintos nos dão: enchem-nos a boca, são equilibrados e com aromas bastante complexos.

 

É o caso deste Pêra Manca Branco 2013. Já todos ouvimos falar do Pêra Manca Tinto, vinho conceituado da Fundação Eugénio de Almeida, que juntamente com o Barca Velha, é dos vinhos tintos mais falados e procurados no nosso país.

 

Este Pêra Manca Branco não foge à regra dos vinhos brancos da região do Alentejo, que fazem estágio em barricas: vinhos com aromas complexos. Feito com as castas Antão Vaz e Arinto, no copo apresenta uma cor citrina. Os aromas são fortes e complexos, sente-se alguma fruta e baunilha. Na boca, sentimos um vinho equilibrado, complexo, persistente, deixando aquele sabor a “madeira” no final de boca.

 

É um bom vinho para se continuar a beber depois da refeição naqueles dias de chuva em que não nos apetece fazer nada, apenas a apreciar o momento.

 

Nota Final: 16,5 Valores

 

Preço Médio: 26 euros

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Laurent Combier Tinto - Crozes-Hermitage 2014

A viagem à busca de conhecer (e beber) vinhos além fronteiras continua. Este fim de semana bebi um vinho francês, não da região de Bordéus mas sim da região de Crozes-Hermitage, região onde a casta Syrah é rainha.

Há sempre uma grande expectativa sobre os vinhos franceses, sempre reconhecidos no mundo inteiro pela sua qualidade e elegância, e este não fugiu à regra!


Bebi um Laurent Combier 2014, vinho biológivo de um pequeno produtor da região.


De cor rubi vivo, ressaltam os aromas a frutas vermelhas e pretas, com notas de especiarias (talvez a pimenta preta). Na boca é delicado, leve, equilibrado com presença de taninos suaves. Acho que os aromas ainda poderão evoluir nos próximos 3-4 anos.

Acompanhei este vinho com uma tábua ibérica: com queijos portugueses e charcutaria espanhola.


É um bom vinho para se ir bebendo mesmo depois da refeição, no convívio com os amigos pois não é vinho que pese muito (na digestão e na cabeça!).

Nota final: 13,5 Valores

Preço médio: 15 euros

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Aalto PS - Ribera del Duero 2011

A viagem pela descoberta de novos vinhos continua! Desta vez não fui muito longe, fui até à terra de “nuestros hermanos” experimentar um dos seus vinhos.

O escolhido foi o Aalto PS 2011. Um vinho da região da Ribera del Duero, feito a partir da casta Tempranillo. É o nome dado em Espanha para a casta Tinta Roriz, uma das castas que caracteriza a nossa região do Douro.


A Aalto Bodegas y Viñedos é já uma referência na região de Ribera del Duero, sendo o seu vinho Aalto PS o seu vinho premium. Este já foi considerado como o Melhor Vinho de Espanha e a Adega foi recentemente eleita em Paris com umas das 100 melhores vinícolas do mundo no livro publicado pelos críticos Michel Bettane e Thierry Desseauve.


O Aalto PS 2011 é numa palavra: maravilhoso! Grande vinho! Ao nível do que melhor se faz no Douro. No copo, a cor vermelha escura e a sua densidade indicam logo que será um vinho potente e intenso. É um vinho complexo, com aromas difíceis de identificar: uma mistura de aroma a madeira, com especiarias e notas tostadas. Na boca o prazer continua: vinho elegante e carnudo, daqueles que nos deixa a “mastigar”. Presença de taninos e de alguma acidez. É um vinho que ainda pode ser guardado e provado daqui a 15/20 anos. Tenho a certeza que irá evoluir e o prazer será ainda maior.

É um vinho excelente, com o “senhor do vinho” Robert Parker a dar-lhe uma nota de 94/100.

Nota final: 18 valores

Preço médio: 85 Euros (segundo a app Vivino)